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Meio ambiente
Partículas radioativas resistem na atmosfera
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03/03/15
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Gwoeii/Shutterstock Segundo estudo, foram encontradas partículas resultantes de testes nucleares realizados há décadas
Edição: Ana Loiola
Contrariando a tese de que resíduos nucleares seriam imperceptíveis na Terra, o estudo encontrou concentrações altíssimas de isótopos de plutônio e césio na atmosfera. Segundo pesquisador do Instituto de Física Radioativa do Hospital Universitário de Lausanne (Suíça), José Corcho Alvarado, "a maioria das partículas radioativas são removidas nos primeiros anos após a explosão, mas uma fração permanece na estratosfera por algumas décadas ou mesmo centenas e milhares de anos". ( Veja matéria completa.)
Abaixo, saiba mais sobre o poder destrutivo da bomba atômica e os efeitos de testes nucleares no meio ambiente.
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O poder da bomba nuclear
Por Fabio Junqueira, especialista em Física
Getty Images |
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Cidade de Hiroshima após ataque. O lançamento das bombas atômicas foi considerado um dos atos mais desnecessários e desumanos da história |
Ao falar de bomba atômica, muitos devem se lembrar da imagem de destruição causada pelos ataques dos Estados Unidos às cidades japonesas Hiroshima e Nagasaki. Vitimando a população de Hiroshima, o primeiro lançamento ocorreu em 6 de agosto de 1945, matando quase 90 mil pessoas. Três dias depois, Nagasaki foi o segundo alvo.
O poder destrutivo da arma atômica equivale a uma bomba composta de aproximadamente 18,6 mil toneladas de trinitrotolueno (TNT; um explosivo
que necessita de um detonador). Seu poder destrutivo não se resume apenas à quantidade de energia liberada, mas também à radiação gerada na fissão nuclear que em determinadas doses pode gerar de câncer e até a morte.
O desenvolvimento da arma atômica ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial tanto pelos alemães e os países do Eixo quanto pelos Estados Unidos e os Aliados, tornando-se um marco na corrida armamentista. Saiba mais.
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Veja em vídeo o impacto da bomba atômica em Hiroshima |
Desconsiderando seu poder destrutivo imediato, a explosão da bomba nuclear espalha no meio ambiente partículas radioativas. Estas são levadas pelas correntes de ar da atmosfera e atingem lugares distantes da explosão, como pode ser observado em filmes fotográficos daquela época.
Antes mesmo da destruição de Nagasaki e Hiroshima, ocorreram testes nucleares em lugares remotos pelo mundo. Esses testes, somados a acidentes em usinas nucleares e isótopos encontrados na natureza, ajudaram a aumentar a quantidade de partículas radioativas na atmosfera.
Veja como funciona uma bomba atômica:
Os efeitos da bomba nuclear no meio ambiente
Por Sabrina Nishidomi, especialista em Biologia
Getty Images |
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Pessoas expostas a pequenas doses de radiação por períodos prolongados podem sofrer diversas consequências |
Mesmo após décadas, resquícios de testes nucleares permanecem na atmosfera e eles podem ser levados para outras áreas devido ao constante fluxo da matéria que existe no planeta. Isso pode ocorrer quando o material radioativo alcança camadas da atmosfera, como a troposfera e a estratosfera, e é carregado por meio da circulação do ar por todo planeta, podendo então ser depositado em diferentes partes do globo terrestre. Essa deposição é conhecida como
fallout ou precipitação radioativa. Como boa parte da superfície da Terra é constituída por mares e oceanos, é nesses ambientes que acaba ocorrendo grande parte do
fallout.
Apesar disso, a concentração de partículas radioativas pode ser relacionada também à proximidade de regiões que foram atingidas por uma bomba nuclear, a rejeitos de testes nucleares, a material radioativo liberado durante acidentes nucleares ou mesmo devido a efluentes das usinas nucleares. Assim, áreas próximas à
Chernobyl (Ucrânia), por exemplo, apresentam grandes concentrações de material radioativo graças ao acidente nuclear ocorrido na cidade, em 1986.
E os seres vivos?
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Confira 22 fotos de testes nucleares que parecem ficção cientifica |
As partículas radioativas que por ventura são liberadas no mar podem se dispersar no ambiente, ser transportadas para outras regiões ou se acumularem no ecossistema. Cada uma dessas etapas envolve tanto processos químicos quanto físicos e biológicos. Assim, sua interação com os
fatores bióticos e
abióticos do ambiente vai determinar seu destino final. Um dos possíveis destinos para o material radioativo é a sua incorporação na cadeia alimentar, acumulando-se nos organismos. Por exemplo, o césio 137 pode ser incorporado ao tecido muscular dos peixes, podendo então ser passado ao homem por meio da ingestão desses animais. O estrôncio 90 pode ser incorporado aos ossos e carapaças dos animais, acumulando-se também nos ossos dos seres humanos, quando estes entram em contato com os animais contaminados.
Os efeitos da exposição à radiação podem ser expressos na própria pessoa ou em seus descendentes, em razão dos danos que podem ser causados às células reprodutoras humanas. Quando uma pessoa é exposta a altos níveis de radiação, pode apresentar os sintomas da chamada “síndrome da radiação”, caracterizada por náuseas e vômitos; também pode sofrer queimaduras, dependendo do tipo de exposição. Assim, durante as detonação das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, milhares de pessoas próximas ao centro das explosões foram imediatamente incineradas.
Pessoas expostas a pequenas doses de radiação por períodos prolongados podem sofrer consequências como o aumento da probabilidade de desenvolvimento de câncer.
Abaixo, veja algumas curiosidades relacionadas à arma nuclear:
Bruna Tiso e Gisele Toledo |
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